Jibóia pode ter crias sem acasalamento

07-11-2010 19:27

 

Numa descoberta que põe em causa décadas de teoria científica sobre a reprodução dos répteis, os investigadores da Universidade da Carolina do Norte descobriram que a fêmea de uma grande serpente (Boa constrictor) pode dar à luz sem acasalamento.

Os descendentes produzidos a partir desta reprodução assexuada não mostram influência do sexo masculino, ou seja, não existem impressões genéticas do macho o que significa que este não está envolvido no processo reprodutivo. Neste estudo verificou-se que todos os descendentes, sexo feminino, conservaram uma rara mutação de uma cor recessiva procedente da sua mãe.

É a primeira vez que a reprodução assexuada, conhecida no meio científico como "partenogénese", foi atribuída a uma jibóia, segundo o estudo publicado na revista científica "Biology Letters". Os resultados podem forçar os cientistas a reavaliar a reprodução dos répteis, especialmente entre as espécies mais primitivas de serpentes como as jibóias.

Os cromossomas sexuais das serpentes são diferentes dos mamíferos. As células dos machos têm dois cromossomas Z, enquanto as células das serpentes fêmeas têm cromossomas W e Z. No entanto, no estudo, todos os bebés do sexo feminino produzidos por reprodução assexuada tinham dois cromossomas W, um fenómeno que, segundo autor principal deste estudo, o Dr. Warren Booth, nunca tinha sido visto antes e que se acreditava ser impossível. Somente através da manipulação complexa dos ambientes em laboratório se podiam produzir os cromossomas WW, e mesmo assim apenas em peixes e anfíbios, acrescentou.

Booth dúvida de que estes raros nascimentos tenham sido causados por mudanças ambientais. Assinala que, embora as tensões ambientais tinham vindo a ser associadas à reprodução assexuada de alguns peixes e de outros animais, neste caso não houve registos de alterações no ambiente da jibóia mãe. É possível que esta serpente seja uma espécie de fenómeno genético da natureza, mas Booth diz que a reprodução assexuada nas serpentes pode ser mais comum do que se pensa actualmente.

Fonte: https://www.elmundo.es

 

mais info: https://naturlink.sapo.pt/article.aspx?menuid=20&cid=26268&bl=1

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