Emitimos duas toneladas de CO2 por ano no consumo de alimentos

04-11-2010 21:30

 

Desde que o alimento é produzido e até ser excretado pelo corpo humano, são emitidos cerca de duas toneladas de dióxido de carbono por pessoa por ano, representando mais de 20% das emissões anuais.

Um estudo da Universidade de Almería confirmou pela primeira vez a contribuição das excreções humanas para a poluição da água, sobretudo pela contribuição de nitrogénio, fósforo e CO2. A equipa de investigação estimou o impacto ambiental que tem a dieta humana e o papel dos excrementos humanos no ciclo de vida dos alimentos, sendo a primeira vez que um estudo científico deste tipo introduz o papel de excrementos humanos. No estudo, publicado recentemente no The International Journal of Life Cycle Assessment, é analisada a relação entre a cadeia de produção e consumo de alimentos com o aquecimento global e a acidificação e eutrofização (excesso de nutrientes) no meio ambiente, tomando como referência o consumo médio de uma pessoa em 2005 (881 kg). No cálculo foi incluído a produção agrícola e pecuária, a pesca, o processamento industrial dos alimentos, a sua venda e distribuição, a preparação e cozinhado em casa, o tratamento de resíduos sólidos (restos de comida e embalagens) e a excreção humana.

De acordo com este trabalho o maior impacto ambiental originado é na produção de alimentos de origem animal, como a carne e lacticínios. A agricultura, a pecuária, a pesca e a indústria alimentar são a principal fonte de contaminação das águas e de dióxido de carbono.

"A contribuição da excreção humana na poluição da água é importante pela sua contribuição de matéria orgânica e nutrientes como o nitrogénio e o fósforo, o que contribui para o crescimento de algas, a redução do nível de oxigénio dissolvido na água, os maus odores e outros problemas associados à eutrofização ", aponta Muñoz, “embora estes efeitos sejam minimizados através das limpezas que se realizam antes de derramar as águas nos rios ou na costa".

O investigador ressalta que a devolução destes resíduos para o meio ambiente não é o mal por si só, porque se tratam de nutrientes, assim como o adubo que é re-utilizado como fertilizante na agricultura. "O problema é que em muitos casos os rios têm pouco caudal e por isso verifica-se uma maior dificuldade em assimilar as quantidades de resíduos, não só dos excrementos, como também de outras fontes tais como os pesticidas e fertilizantes da agricultura e os contaminantes industriais", assinala Muñoz.

Os investigadores também estimaram o CO2 e o metano produzido pelo metabolismo humano e o consumo de energia associado a aspectos como utilizar o papel higiénico, o sabonete e a água da casa de banho, para além do tratamento das águas dos esgotos na estação depuradora.

Fonte: www.elmundo.es

 

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